sexta-feira, 16 de novembro de 2007

# Oi! – A VERDADE.

Oi! – A VERDADE.

POR GARRY BUSHELL

TRADUÇÃO – LUCIANO HC.

Vamos dar uma olhada no Oi!, o mais excitante, despojado e incompreendido movimento juvenil de todos os tempos. Depois de 21 anos, nós ainda damos o que falar. Em 1981, o Oi! dava um jeito de escandalizar os ideais da classe média, seja de direita, esquerda ou centro. A partir daí, a esquerda riponga reconheceu o Oi! como um câncer cultural. Para o establishment, Oi! era um rebelde presunçoso de algum gueto da cidade que não entraria na linha. Ele era barulhento e ofensivo, uma granada de mão sem nenhum respeito pelas autoridades. Na melhor das hipóteses, as bandas Oi! e seus fãs eram vistos como bárbaros horríveis que se divertiam mijando no chantili da lanchonete. E na pior das hipóteses, eram vistos como neonazistas responsáveis pelos distúrbios em Southall, Toxteth e todo o resto. De qualquer maneira, o Oi! era difícil de manusear. Para os garotos grandalhões e de fala rápida que adotaram o rótulo, Oi! era algo totalmente diferente. Visto cruamente, o movimento Oi! era sobre ser jovem, da classe trabalhadora e não levar desaforo para casa. Era anti-polícia, anti- autoridade, porém pró-Inglaterra. Muitos dos garotos gostavam de uma briga, e diga-se a verdade, existia um elemento de extrema direita entre eles. Mas isto era em 1980, quando a extrema direita obtinha votações de 15 a 20 por cento nas cidades do interior. Seria um milagre se não existissem simpatizantes do National Front (1) dentre as platéias. O que importa é: 1) O Oi! nunca sofreu violência por parte dos nazis da forma que Sham 69 e 2-Tone sofreram; as confusões que mancharam as primeiras apresentações das bandas Oi! estavam estritamente relacionadas ao futebol. 2) O legado Oi! é um movimento mundial de street-punk cuja vocação é a favor da classe trabalhadora e contra o racismo, desemprego, burocracia estatal e repressão. Descoberto no verão de 81 (em sua segunda onda) por uma mídia de massa abalada em seus pilares por semanas de distúrbios e insurreição juvenil, o Oi! encontrou- se abordado da forma que os jornais reservam aos assassinatos mais macabros. Corrompendo seu significado, a mesma mídia imediatamente tratou de enterrar o movimento. Inevitavelmente, sua versão dos eventos era "indiscutível". Eles disseram que o Oi! era para Skinheads (apesar de sempre ter sido mais do que isso), que todos os Skins eram nazis (sendo que apenas uma minoria era) e que portanto o Oi! era os nazistas usando botas com biqueira de aço (porém, as bandas eram tanto socialistas ou cínicas...) Para realmente entender o Oi!, você tinha que estar lá... As raízes do Oi! estavam no punk, assim como as raízes do punk estavam nos New York Dolls, mas eles não eram a mesma coisa. Para principiantes o Oi! era a realidade do punk . O Punk explodiu entre 1976 e 1979 porque o rock-espetáculo estava saturado e se auto-consumindo. As paradas estavam cheias de virtuosos-caras-de-bobo com sintetizadores e cantores pretensiosos trovejando letras pseudo-poéticas e sem significado.

(1) Partido Inglês de extrema direita (N.T) O punk parecia diferente. Era cru, brutal e altamente prático. O punk se intitulava como a voz das periferias. Não era. Muitos dos seus precursores eram estudantes de arte de classe-média. O grande Joe Strummer, cujo pai era um diplomata, flertou com o já fora de moda Stalinismo e cantou sobre distúrbios raciais, porém morava em uma mansão. Malcolm McLaren e Vivienne Westwood tentaram intelectualizar o punk vestindo-o com idéias situacionistas meia-boca, tanto melhor para vender seus produtos super faturados. O Sham 69, da cidade de Surrey, foi a primeira banda a captar o crescente sentimento de desilusão. Os punks de rua estavam enojados igualmente pela proliferação dos hipócritas e posers como também pelos farsantes da Kings Road com suas boutiques caríssimas. Mas, quanto o vocalista Jimmy Pursey do Sham 69 sabia sobre reformatórios, futebol e filas de desempregados e o quanto ele estava absorvendo das pessoas a sua volta? O vocalista do Last Resort, nativo de Millwall, Roi, poderia ter pego pesado, mas adotou uma atitude mais leve quando escreveu: 'Eu queria que fosse fim de semana todo dia/ mas Jimmy Pursey não se ligou/ Ele gostava de beber mas não gostava de brigar/ ele não fez a maldita lição de casa.' O movimento Oi! não precisava da roupagem proletária do punk - realidades inventadas assim como atitudes, sotaques e agressividade falsas - porque essa era a sua realidade, o que as primeiras bandas punk apenas fingiram ser. Os precursores do Oi! foram bandas como Cock Sparrer, Menace, Slaughter & The Dogs and The UK Subs, embora nenhuma dessas bandas tenha tido tanto sucesso quanto o Sham 69, cujo estilo punk barulhento com cantos de torcidas chegou ao Top Ten três vezes. Antes de virar maconheiro, Jimmy Pursey trouxe à vida as duas bandas que definiriam os parâmetros e direções do Oi! original - o Angelic Upstarts e o Cockney Rejects. O vocalista Tommy 'Mensi' Mensforth e o guitarrista Ray Cowie, conhecido como Mond, formaram os Upstarts no verão de '77 depois de terem sido influenciados pela turnê White Riot, do The Clash. Amigos de infância, eles cresceram juntos no distrito de Brockley Whinns, em South Shields e mais tarde estudaram juntos na escola secundária de Stanhope Road (Mensi foi expulso da escola aos 13 anos por delinqüência). Mensi trabalhou como mineiro aprendiz após sair da escola. Ter formado a banda aos 19 anos foi sua escapatória para não acabar na sarjeta. Mond trabalhava como eletricista nas docas até o primeiro sucesso da banda estourar. O baterista original da banda e o baixista saíram após as reações violentas da platéia no primeiro show da banda, nos arredores de Jarrow, para serem substituídos pelo padeiro Stix e pelo pedreiro Steve Forsten, respectivamente. Depois disso a banda contratou os serviços de Keith Bell, um antigo gangster que também foi campeão de boxe. Ele como empresário, segurança e guarda-costas, era capaz de manter a ordem nos primeiros shows, baseando-se apenas na sua reputação. Logo os Upstarts atraíram a atenção da polícia de Northumbria, que assombrou o início da carreira da banda como um fantasma maligno. O interesse da polícia nos Upstarts teve início quanto a banda comprou a briga do boxista amador Liddle Towers. Ele morreu por causa de ferimentos recebidos depois de passar uma noite na cadeia. O inquérito chamou de 'homicídio justificável'. Os Upstarts chamaram de assassinato, e "The Murder of Liddle Towers" - também conhecido como 'Police Oppression' - foi o primeiro single da banda, lançado pelo selo próprio Dead Records. Relançado depois pela Rough Trade, a paixão brutal contida na música foi bem recebida até pela pseudo imprensa musical. Porém não foi o mesmo com polícia, que se infiltrava à paisana nos shows da banda. Eles eram acusados de incitação à violência. Apenas a crescente cobertura da imprensa sobre a banda dissuadiu a polícia. Pelo lado da banda, eles eram totalmente sem compromisso. Apareceram na capa da revista da juventude do Partido Socialista chamada Rebel logo depois e ainda acusaram a polícia das suas redondezas de serem grandes simpatizantes do National Front. As ações oficiais da polícia tinham acabado, mas o assédio não-oficial continuava com a mesma intensidade. Mensi reclamava ser constantemente seguido e freqüentemente parado para ser revistado e abusado por policiais. A banda culpou a pressão da polícia como a causa terem sido banidos de praticamente todos as casas de show do nordeste da Inglaterra. A intimidação ocorria por meio de promessas de batidas, processos por desrespeito às leis, endurecimento nas renovações de alvarás, etc. Mas os Upstarts riram por último quando em Abril de '79 eles convenceram um Capelão a convidá-los fazer um show na prisão de Acklington, em Northumbria (onde, ironicamente, Keith Bell tinha cumprido sua última sentença). 150 presos compareceram para ver a Union Jack (02) decorada com as palavras 'Upstarts Army', um punho cerrado, o lema 'Destrua a Lei e a Ordem' e uma cabeça de porco com um capacete escrito 'PC Fuck Pig'. Eles não pretendiam trazer uma cabeça de porco de verdade (apesar de tê-la esmagado no palco), mas os detentos se divertiram prá valer com o impacto de hinos da rebeldia como 'Police Oppression', 'We are the people'(sobre corrupção policial), e especialmente com uma versão melhorada de 'Borstal Breakout' (Fuga de Borstal), rebatizada como 'Acklington Breakout' (Fuga de Acklington). O Daily Mirror saiu com a manchete 'Punks detonam a cadeia' (erroneamente me identificando como porta-voz da banda.) O diretor da prisão e os conservadores de direita foram à loucura. O chefe da polícia militar de Tynemouth, o apropriadamente chamado Neville Trotter, condenou a apresentação como uma 'coisa estupidamente permitida'. Somente o Partido Socialista publicou um registro verdadeiro do show, citando que Mensi disse aos prisioneiros que eles estariam melhor na prisão caso Thatcher fosse eleita naquele verão, e conclamou os punks a votarem no Partido Trabalhista já que o governo Thatcher iria acabar com a organização sindical. A rápida popularização da banda atraiu uma multidão de garotos provenientes das classes trabalhadoras do nordeste, o auto-intitulado 'Upstarts Army', enquanto o sucesso do seu disco de estréia convenceu Jimmy Pursey a fazer um acordo entre seu selo JP e a Polydor. Eles foram os primeiros a assinar e também os primeiros a serem expulsos, após um guarda de segurança da Polydor forçar a barra prá cima da banda. Ele e Mensi se enfrentaram no mano-a-mano, mas foi nocauteado facilmente. A Polydor desistiu da banda sem nunca se preocupar em ouvir a versão de Mensi para o ocorrido. Logo após isso, os Upstarts assinaram com a Warner. O segundo álbum deles, 'I'm a Upstart' produzido por Pursey, saiu em Abril de '79. O Cockney Rejects também era a bola da vez. Eles eram filhos dos trabalhadores das docas no East End em Londres, porém suas músicas não eram politizadas. Trinta anos sob o governo de um Partido Trabalhista enfraquecido tirou deles qualquer tipo de visão de mundo, exceto o cinismo. Suas músicas eram sobre a vida em East End, bebedeiras, brigas, assédio policial e futebol.

(02) Bandeira do Reino Unido. (N.T.) Eu os encontrei pela primeira vez em maio de '79. Dois garotos cockney adornados com distintivos do West Ham United apareceram no pub que eu freqüentava. Falavam muita gíria me jogaram na mão suas fitas demo. Como eles, elas eram grosseiras, rápidas e muito espirituosas. Eu os coloquei em contato com Jimmy Pursey, que produziu a primeira demo deles. Estas músicas reapareceram como a pequena maravilha que foi o ep de estréia deles 'Flares & Slippers', que incluía o hino delinqüente 'Police Car' (I Like punk and I like Sham / I got nicked over West Ham... Eu gosto de punk e gosto do Sham / fui em cana num jogo do West Ham...). O disco vendeu surpreendente bem e rendeu-lhes o título de 'vanguarda pensante da renovação punk do East End', dado pelo NME (03)(embora costumassem ignorar o Oi! até que sua chegada às manchetes os forçou a prestar atenção). Os garotos em questão eram os irmãos Mickey e Jeff Geggus, este último logo conhecido pelo mundo como 'Stink Turner'. Ambos eram ótimos boxeadores - nenhum deles jamais tinha sido derrotado no ringue, e Jeff já tinha lutado pelo time juvenil da Inglaterra. Ele não tiveram nenhum problema em transformar seus cinturões em vinil. A história dos Rejects começou no verão de '77, quando Jeff, na época com 17 anos, se inspirou em tirar os acordes de 'God Save the Queen', dos Sex Pistols. Incubando em performances nos quintais da sua cidade natal, Canning Town, como The Shitters, os Rejects apenas apareceram como uma banda de verdade após Mickey, que na época trabalhava como pintor, recrutar em 1979, o baixista Vince Riordan, de 21 anos. Previamente um roadie do Sham 69, Vince (cujo tio era Jack 'The Hat' Mc Vitie) fez história com a banda de derrotados Dead Flowers, antes de atender ao chamado dos Rejects. Bateristas viriam e iriam com a regularidade de uma dieta rica em fibras até Stix sair dos Upstarts em '80. Ao vivo, o som da banda te atingia como uma manada de rinocerontes furiosos, com a guitarra de Mickey sendo a base do bombardeio sonoro. O garoto Stinky era uma visão e tanto, deformando seu rosto em grandes orgias de feiúra, e arrancando suas amígdalas em berros mais comuns a um demônio. Eu fui o primeiro empresário dos Rejects - embora seja melhor deixar essas histórias para outro livro - e continuei com eles até eu e Pursey negociarmos um contrato com a EMI para eles. Depois disso, eu os confiei a um homem que eu podia jurar que era um profissional. Ele era o empresário de Pursey, Tony Gordon, que depois viria a pegar Boy George (no sentido de empresariar). Como dinheiro não era meu objetivo, meu preço para passar a banda para as mãos dele foi um jantar de 100 libras no Park Lane Hilton (Eu fui com Hoxton Tom e nossas esposas - Tony nos implorou para levarmos a nota fiscal para ele). Infelizmente Gordon foi ruim para a banda. Eles necessitavam de alguém melhor, mais duro e mais esperto do que eles, para manter suas energias focadas em uma direção mais... como posso dizer... artística. Com Tony Gordon, os Rejects deram uma ligeira subida e então decaíram rapidamente. Após serem expulsos dos estúdios da Polydor graças a estragos causados que atingiram a cifra de 1000 libras, a banda entrou a sério em estúdio, com Pursey como engenheiro. O segundo single deles pela EMI, 'Bad Man', era soberbo, porém ficou na rabeira da parada de sucessos. O próximo trabalho deles, uma sátira ao Sham chamado 'The Greatest Cockney Rip-off', foi melhor, alcançando o Top 30. O álbum de estréia deles 'Greatest Hits Vol. 1' fez igual, alcançando mais de 60.000 cópias vendidas. A New Musical Express (mais conhecida como NME) é uma revista sobre música publicada semanalmente no Reino Unido desde março de 1952. (N.T) Ao contrário dos Upstarts, os primeiros seguidores dos Rejects não eram em sua totalidade Skinheads, na verdade, no início os Skins não gostavam deles. O público dos Rejects vinha basicamente do futebol e consistia em sua maioria de torcedores do West Ham United, atraídos pelo envolvimento de Vince com a torcida e também de fãs desiludidos do Sham 69 e do Menace. Gente famosa, incluindo Gary Dickle, Johnny Butler, Carlton Leach, Andy Russell, Andy Swallow, Hoxton Tom, Binnsy, H e Wellsy. Desde cedo, por volta de novembro de 1979, seu envolvimento com os torcedores do West Ham era tão grande que podia-se ouvir a torcida cantando 'Cockney Rejects - oh, oh' nos jogos pela tv. Muitos dos garotos do East End juntaram-se a eles pouco tempo depois, pois perceberam por fim que a banda era exatamente igual a eles. A primeira cena Oi! auto-sustentável se desenvolveu em torno do Cockney Rejects e no local onde eles costumavam tocar, o Bridge House, em Canning Town, no East London. Isto foi o embrião para toda uma cultura underground. Em 1980 isto era VIDA! Nenhuma dessas pessoas era Nazista. A maioria não estava nem aí para coisas relativas à política, apesar de votarem sempre no Partido Trabalhista (se é que se importavam realmente em votar), o que era tradição. Uma pequena porcentagem estava interessada nos extremos, tanto de esquerda quanto de direita. Eram conservadores de nascença. Eles acreditavam em serem auto-suficientes. Eram patrióticos e tinham orgulho da sua classe social e sua cultura. Tinham boa aparência e vestiam-se num estilo próprio. Era importante não se parecer com um estudante. Seu heróis eram boxeadores e jogadores de futebol, não líderes sindicais. Boxe sem licença era ogrande atrativo, assim como briga de cães e comediantes de terceira categoria, como Jimmy Jones e Jimmy Fagg. Eles adoravam brigar nos jogos de futebol - a ICF (Inter City Firm), facção hooligan da torcida do West Ham sempre estava em peso na maioria dos shows dos Rejects. Os rapazes exalavam machismo, embora muitas das garotas fossem igualmente duronas. Mas eles não eram imbecis. Eram garotos brilhante e surpreendentemente muitos deles se deram bem nas mais variadas áreas de negócios, tais como: indústria da música, pornografia e fabricação de roupas. É claro que estes não são os que acabaram na cadeia. Eles estavam ligados ao Cockney Rejects porque na época a banda era o espelho fiel dos seus fãs. Raramente na história do rock uma banda e seus fãs foram tão idênticos. Os Rejects e os Upstarts tinham muito em comum - tiveram o mesmo empresário, as mesmas experiências com a polícia, eram da mesma classe social - e logo foram identificados (por mim) na imprensa musical como o começo de algo diferente, uma variante mais consciente da classe punk, a qual foi primeiro conhecida como 'Punk Verdadeiro' ou 'Novo Punk' e que tinha muito pouco em comum com os auto intitulados punks de 1979, com sua imagem de segunda mão e estúpidas calças estilosas. Era uma parceria que eles obviamente aprovavam, com ambas as bandas fazendo participações uma no show da outra. Ao contrário do Sham 69, os Rejects tiveram poucos problemas com os Nazis. Eles fizeram pouco caso do 'British Movement' (04) (nós o chamávamos de 'German Movement') na sua primeira entrevista para a Sounds. "Nós podemos dar um jeito neles", disse Stinky. "Se alguém aparecer nos shows e quiser sair no braço, nós saímos no braço. Pursey não teve moral de fazer isso. Mas nós não vamos admitir bagunça."

(04) Finado partido político neo-nazista inglês. (N.T) Palavras fortes que eles tiveram que sustentar na primeira vez que tocaram fora do East End, abrindo o show dos Upstarts no Eletric Ballroom, em Camden. Quando um bando de Skins ligados ao 'British Movement' começaram a ameaçar os punks da platéia, os Rejects e seus seguranças de quinta categoria (incluindo 2 novatos do 4-Skins) pegaram os nazis detonaram de porrada. Mickey Geggus comentou na época: "Nossos shows são para diversão. Ninguém vai zoar com eles ou apavorar nossos fãs. Desordeiros serão colocados para fora, por nós se necessário." A única outra encrenca que eles tiveram com a extrema direita foi na estação de Barking, em fevereiro do próximo ano, e mais uma vez o contingente da raça superior levou uma sova. A maioria das apresentações dos Rejects em Londres eram tranqüilas, sem confusões, especialmente aquelas no Bridge House, que foi para o movimento Oi! de Londres o que o Roxy foi para o Punk. Gerenciada por Terry Murphy e seus filhos, que eram boxeadores durões, o Bridge nunca teve confusões muito sérias nem nenhum 'sieg-heil' (saudação nazista – N.T). Ninguém arriscava sair da linha contra os Murphys. Um dos filhos, Glen Murphy, o antigo barman, pode ser visto hoje fazendo o papel de George Green na série de tv 'London's Burning'. O Angelic Upstarts também lutou - e venceu - algumas duras batalhas contra a extrema direita. Ele tocaram em vários festivais ‘Rock Against Racism', inclusive um em Leeds onde a banda usou orgulhosamente os adesivos do SWP (05)'Acabem com o SPG' (06). Assim como os Rejects, seu problemas verdadeiros vinham de outras áreas – principalmente por parte do empresário deles, Keith Bell. Sacado da banda quando começou a sacaneá-los, Bell e seus comparsas começaram a intimidar os fãs dos Upstarts, até assaltando as pessoas que compravam os discos da banda e também ameaçando a mãe de Mensi. Eles quebravam as janelas da casa dela e faziam ligações ameaçando-a. A represália veio quando Mensi e Decca Wade (que havia sido baterista do Upstarts) quebraram os vidros do carro da empresa de Bell. Houve também uma visita noturna à casa de Bell, feita pelo pai de Decca - o comediante Derek Wade - junto com o cunhado de Mensi, Billy Wardropper. Este último acertou um tiro com uma espingarda de cano serrado na perna de um dos comparsas de Bell. Depois disso, Bell ameaçou matar o pai de Wade. Três dos seus comparsas colocaram fogo num estábulo pertencente à irmã de Mensi, causando um prejuízo de quase 5 mil libras. O resultado do caso na justiça foi que ambos Bell e Billy Wardropper foram presos. O pai de Decca cumpriu sentença por um ano. O Juiz Hall disse ao grupo dos Upstarts: "Eu entendo que todos vocês sofreram severas provocações que nenhum de vocês fez por merecer. Mas, ao mesmo tempo, eu tenho o dever de condenar o uso de armas de fogo, particularmente uma espingarda de cano serrado." Os Upstarts gravaram sua opinião sobro isso em 'Shotgun Solution': 'Tiros de espingarda explodem nos meus ouvidos / Atire no imundo que vive com medo/ Muitos homens de bem terão de fazê-lo alguma vez / Por um vagabundo covarde'. Os Rejects eram fanaticamente a favor das brigas de torcida do West Ham desde o começo. Até mesmo no seu show de estréia no Bridge House, eles decoraram o palco com uma bandeira gigante da Inglaterra, os dois martelos cruzados do West Ham e o tema 'West Side' - que era a área na vizinhança do estádio do West Ham habitada pelos seus mais violentos torcedores, os 'Irons'. O segundo sucesso deles foi uma versão do hino do West Ham 'I'm forever blowing bubbles', que alcançou as paradas de sucesso durante a caminhada do West Ham rumo a vitória, na final da copa da Inglaterra, no início do verão de 1980. No lado B estava a divertida canção da ICF 'West Side Boys', que continha versos como: 'Nós nos encontramos no Boelyn todo sábado / falamos sobre os times que vamos derrotar hoje / Doc Martens com biqueiras de aço e barras de ferro / Destruir os ônibus e surrá-los em seu carros'.

(05) Partido dos Trabalhadores Socialistas (N.T.)

(06) Grupo de Patrulha Especial. Divisão controversa da polícia de Londres (N.T.) Isto era como um pedaço de pano vermelho para os touros sobrecarregados de testosterona por todo o país. Num show no Eletric Ballroom, no norte de Londres, um bando de 200 torcedores do West Ham enfrentaram uns 50 torcedores do Arsenal e os expulsaram do local do evento. Mas a violência desnecessária num show na cidade de Birmingham premeditou o fim da banda. O público no Cedar Club estava tomado por um bando de skinheads da cidade de Birmingham que cantavam músicas da sua torcida. Na hora em que os Rejects subiram no palco, haviam mais de 200 skins da cidade de Brum gritando insultos para a banda. Durante a segunda música, eles começaram a atirar copos de plástico no palco. Então, um copo de vidro se espatifou no palco. Stinky Turner respondeu dizendo: 'Se alguém quiser continuar jogando copos, nós podemos ir lá fora e resolver essa parada'. Foi o necessário, copos e cinzeiros vinham de todas as direções. Um acertou Vince e como um skinhead de Brum começou a gritar 'Venha!', Mickey mergulhou na platéia e nocauteou o cara. Embora em número bem menor, coisa de dez para um, os Rejects e seus seguranças conseguiram abrir passagem através da multidão até a parte de fora do local. Sob uma chuva de mísseis, Mickey Geggus conseguiu um ferimento na cabeça que precisou de nove pontos, e o deixou com uma cicatriz sobre seu olho direito. Grant Fleming, um veterano em distúrbios notórios tais como o de Sham 69 em Hendon e o do Madness em Hatfield, descreveu a violência daquela noite como a pior coisa que ele já tinha visto. Levado ao hospital local, Geggus teve que pular pela janela do quarto, no segundo andar, quando amigos 'maquinados' dos que apanharam no show vieram procurar por ele. No local do show, o pessoal de Londres saía triunfante da briga para descobrir que todo seu equipamento tinha sido roubado, prejuízo de 200 libras. Na manhã seguinte a equipe dos Rejects se dividiu em dois grupos, um que foi para Huddersfield, local da próxima apresentação, e outro, composto por Mickey e Grant que rodou a cidade procurando pelos culpados ou alguém que soubesse a localização do equipamento roubado. Naquela manhã, incidentes na 'Wolverhampton Road' em Albury, envolvendo Geggus, 3 homens e uma barra de ferro, renderam-lhe uma acusação por agressão. Oito meses depois, tanto ele quanto Grant tiveram a grande sorte de ter suas sentenças suspensas. Talvez, como agradecimento, no verão de '80 os Rejects fizeram dois shows beneficentes para a PROP - Prisioners Rights Organization - arranjados por mim e Hoxton Tom e com a ajuda de Terry Murphy. Estes foram dois dos melhores shows que eu vi a banda fazer. O ocorrido em Brum significou o fim das turnês dos Rejects. Eles tiveram que interromper um show em Liverpool quando centenas de 'locais' armados apareceram procurando por confusão. O 'road manager' Kevin Wells foi ameaçado com uma faca. No início, Mickey parecia se deliciar com tudo isso, agindo como se estivesse em um filme. O segundo Lp da banda, chamado surpreendentemente de 'Greatest Hits Vol 2', refletia seu aparente desejo de morrer com declarações explosivas dizendo: 'Da Escócia até Cornwall, nos fizemos de tudo, pegamos todos eles'. Na música 'Urban Guerrilla', ele diz: 'Alguns chamam isso anarquia, mas eu chamo de diversão. Não se importe com as leis/ eu quero matar alguém". Eu? Eu acho que era isso que ele quis dizer. Mas, durante o processo do julgamento, uma grande mudança ocorreu em Mickey. Ele trocou suas "pilulazinhas azuis" por maconha e começou a amolecer. Igualmente, as músicas começaram a se afastar da barulheira 'hooligan', indo para o lado do rock pop. 'The Power & The Glory' de 1981 soava como The Professionals. 'The Wild Ones', de 1982, produzido por Pete Way, parecia UFO. E se 'Quiet Storm', de 1984 fosse mais parado, poderia ser vendido como Valium. 'The Wild Ones' foi um grande album de rock com músicas muito boas, como 'City of Lights'; porém os fãs antigos tornaram-se hostis às novas músicas enquanto a queda de popularidade acabou com as chances de arrebanhar novos fãs. O Angelic Upstarts perdeu sua força no verão de 1980, sendo deixado de lado pela Warner. E embora tenham assinado com a EMI, e feito seu ótimo álbum de estúdio 'Two Million Voices' em abril de '81, eles dificilmente se apresentavam, o que deixou os fãs frustrados. Durante 1980, o público hooligan, especialmente no 'South East' londrino encontrou novo entretenimento na forma dos piadistas do Splodgenessabounds. Sua mistura de comédia e energia punk rendeu-lhes três músicas no Top 30 daquele ano. Seu álbum de estréia 'Two Pints of Lager', ficou entre os dez mais vendidos. Como brincadeira, eu os rotulei, juntamente com outras bandas loucas como Peter & The Test Tube Babies e os Toy Dolls, de 'Punk Pathetique'. O vocalista Max Splodge explicou: "As bandas 'Pathetique' são o outro lado do Oi! Nós também somos da classe trabalhadora, porém enquanto algumas bandas cantam sobre prisões e desemprego, nós falamos de sardinhas e bundas. O público é o mesmo. Os 'Pathetique' ficaram notórios no outono de 1980 com a Convenção 'Pathetique', no Eletric Ballroom. O poeta skinhead do West Ham, Barney Rubble, foi o destaque. Em outros lugares uma segunda geração de bandas Oi! influenciadas diretamente pelos Upstarts e os Rejects estava nascendo. os Upstarts inspiraram o Criminal Class, de Coventry, e o Infa-Riot, de Plymouth. O Cockney Rejects inspiraram o feroz 4-Skins e o Red Alert, de Sunderland. O Exploited, de Edinburgo - Escócia, também citavam os Rejects como sua influência principal. Em Londres, um grande número de grupos surgiram do legado dos Rejects, incluindo Barney & The Rubbles e Stinky's Postmen. O embrião de um movimento havia surgido. Eu o batizei de Oi! Oi! era e continua sendo uma forma de cumprimento usado nas ruas. Stinky Turner costumava berrar isso no começo de cada música dos Rejects, ao invés do habitual '1,2,3,4' do punk. Antes dele, 'Oi! Oi' tinha sido o slogan de Ian Dury, embora ele provavelmente o tenha roubado do comediante Jimmy Wheeler, o qual o slogan era 'Oi, Oi, that's yer lot'. Os comediantes Flanagan e Allen usaram o 'Oi!' como slogan em seu show de variedades nos anos 30. Como eu estava compilando 'Oi! - The Album' para a EMI (lançado em novembro de 1980) bandas Oi! de todo o país mandaram fitas para mim. Tinha o Blitz de New Mills, The Strike de Lanarkshire e o Demob de Gloucester. Mas a primeira ameaça real à coroa dos Rejects eram os 4-Skins. Eles fizeram sua estréia em '79 abrindo para o Damned no Bridge House, com Mickey Geggus na bateria. Os 4-Skins se desenvolveram através de várias formações, tocando esporadicamente em espeluncas de Londres, até chegarem em sua formação definitiva, no final de 1980: Gary Hodges - Vocais, Hoxton Tom - baixo, o rockabilly Steven Pear - Guitarra e John Jacobs - bateria. A banda realmente tinha carisma, e a sua marca crua de agressividade era abençoada com um dinamismo inigualável. Sua principal música era 'Chaos', uma fantasia de terror com caos urbano e skinheads no poder. Mas a maioria de suas explosões de fúria de 3 minutos tratavam de desemprego e violência policial (A.C.A.B.- Wonderful World), os horrores da guerra (I Don't Wanna Die), pensar por você mesmo (Clockwork Skinhead), orgulho próprio (Sorry) e classe social (One Law for Them). Tanto os 4-Skins quanto o Infa-Riot eram enfáticos sobre a necessidade de aprender com os erros dos Rejects e se distanciar de problemas ligados ao futebol. Os 4-Skins não eram a favor de um único time (Hodges era West Ham, Hoxton torcia para os Spurs, Steve para o Arsenal e Jacobs para o Millwall) e não tinham preferências políticas (Hoxton era Liberal; Steve era esquerda Trabalhista; Jacobs apolítico e Hodges era um reformado de direita muito a favor de campanhas anti-desemprego). O Infa-Riot fazia o mesmo, discursando contra a filiação aos times de futebol. Mensi escreveu a primeira critica deles na Sounds e ele mais Jock McDonald arranjaram-lhes seus primeiros shows em Londres. Musicalmente eles eram como um Upstarts melhorado e mais selvagem. Como a maioria dos grupos influenciados pelos Upstarts, o Infa-Riot participou dos festivais Rock Against The Racism (uma campanha aparentemente nobre, mas que era na verdade uma fachada para a extrema esquerda do Partido Dos Trabalhadores Socialistas). Criminal Class tocou em RAR também, e num show beneficente para o altamente suspeito Movimento Tropas Fora da Irlanda. Os 4-Skins recusaram-se a tocar no RAR, pois não queriam ser garotos-propaganda do Trotskismo. As bandas Oi! convergiram para a destruição pública da sua postura num debate feito pela Sounds em janeiro de 1981. Todos concordavam com a necessidade do rock and roll cru e com o senso de tocar em shows beneficentes, mas haviam diferenças enormes de opinião quanto à política. Stinky Turner era violentamente contra a política e os políticos. Mensi argumentava que o P. Trabalhista ainda representava os interesses da classe trabalhadora e lembrava que 'os Conservadores ainda representam a maior ameaça para pessoas da nossa classe'. Era a mesma divisão que sempre separou os Rejects dos Upstarts. Eles concordaram que deveriam exigir que o país fosse devolvido ao povo e, bem... foi só isso. Embora houvesse alguns garotos negros e outros imigrantes dentro do Oi!, ele era em sua maioria um fenômeno da classe trabalhadora branca. Os negros no Oi! eram garotos cockneys como o hoje famoso Cass Pennant, que depois rejeitaria o crescimento do Rastafarianismo e do reggae. Nenhuma banda Oi! professava o racismo ou simpatizava com o Nazismo e o problema que infernizou as primeiras apresentações foi o legado futebolístico deixado de herança pelos Rejects. A 'Punk Lives' comentou mais tarde: 'Qualquer um que fosse a shows Oi! diria que ninguém ficava fazendo saudações nazistas para eles... ironicamente o Madness e o Bad Manners foram as bandas que tiveram mais problemas com os nazis na época. Tudo o que o Oi! falava era sobre classe social.' Na primeira metade do ano, o movimento Oi! teve apenas 2 graves incidentes em shows ambos com o Infa-Riot. A banda participou da primeira 'New Punk Convention' no final de 1980 com os Upstarts e o Criminal Class. O festival acabou em desastre quando torcedores do West Ham entraram em conflito com um pequeno grupo de fãs do Arsenal, levados pelo infame Dave Smith, que acompanhava os Upstarts. Em março de 1981, o Infa-Riot tocou no Acklam Hall, em West London com a banda skinhead de Millwall, o Last Resort. Guardas armados de 'Queens Park' juntamente com skins e outras pessoas cercaram o local procurando por torcedores do West Ham. Em um certo momento, eles tentaram entrar através do teto. Ironicamente, a maioria dos 'Hammers' (torcedores do West Ham – N.T.) ligados ao Oi! estavam seguros em 'Upton Park' (estádio do West Ham – N.T.) no momento, assistindo seu time batalhar contra uma equipe russa. O modelo do tipo de show que as bandas queriam veio em fevereiro de 1981, com a segunda 'New Punk Convention', desta vez no Bridge House, com o 4-Skins como atração principal (e apresentados pelo rei do reggae proibido, Judge Dread). O local estava com a lotação muito acima da sua real capacidade, cheio de tipos como skins, punks e hooligans vindos dos mais variados times, tais como West Ham, Spurs, Millwall, QPR, Arsenal e Charlston. Não houve nenhum atrito durante toda a noite. Este show abriu o precedente para a coexistência pacífica do público Oi! Era a prova viva que o velho sonho de Jimmy Pursey de unir a garotada poderia acontecer. Mas unir-se para que? Era por volta desta época que eu e as principais bandas estávamos planejando uma conspiração para perverter a história da cultura jovem. Nós fizemos uma conferência para planejar a forma que o movimento Oi! poderia se desenvolver de uma maneira positiva e unida. A idéia não era só fazer shows e montar um selo Oi!, mas persistir na idéia central de tirar os garotos da idiotice das brigas por causa de times de futebol. Nós queríamos dar ao Oi! um propósito, fazendo shows beneficentes para a causa da classe trabalhadora. Nesta época eu estava morando na propriedade de Ferrier, em Kidbrook, no South East de Londres assim como Frankie 'Boy' Flame. E as bandas freqüentemente peregrinavam até lá para se hospedar conosco enquanto estavam tocando em Londres, ou apenas para bater uma papo no pub 'Wat Tyler'. Existia um pouco de ciúme e rivalidade entre as bandas, mas a cena Oi! era de longe o mais unido movimento cultural jovem na história da Inglaterra. Nós nos esforçamos para isso. A primeira conferencia Oi! foi um pequeno encontro que contou com a presença de representantes dos Rejects, 4-Skins, Splodges, Infa-Riot, The Business e Last Resort. As últimas duas como novos recrutas do crescente movimento. O The Business eram conhecidos como 'pop-oi' por causa de seus hinos melodiosos. Eles vinham de Lewisham, South London. Eram liderados por Mickey Fitz, que era fã do guitarrista Steve Kent. Tinha estudado na escola primária de Colfe, em Lee. Eles tinham arrebanhado um público fiel de seguidores que incluíam pacificamente torcedores do West Ham, Chelsea e Millwall. Kent era um músico realmente talentoso. O Business tinha como empresário o veterano torcedor do West Ham Laurie Prior, que também era conhecido como Ronnie Rouman. O Last Resort era uma banda skinhead de Kent, South London, e tinha sua base nos arredores da loja Last Resort, na Petticoat Lane. Era financiada pelo dono da loja, Michael French. Eles também viam o Oi! como algo muito maior que os skins. 'O Oi! está unindo punks, skins e todo mundo', disse o vocalista Roi para a Sounds, na sua primeira entrevista. 'Agora nós temos realmente que nos afastar do futebol.' Lee Wilson do Infa-Riot concordou. 'O Oi! é a voz dos garotos das ruas de todos os lugares', disse ele. 'É por isso que nós cresceremos, é por isso que nós vamos vencer'. E o Oi! estava crescendo rapidamente. Na primavera, enquanto eu compilava a segunda coletânea Oi!, 'Strenght Thru Oi!' para a Decca (lançado em Maio de 81), mais de 50 bandas tinham se alinhado com o movimento, incluindo a grupo de Oi/Ska Buzz Kids, cujo vocalista, Garry Johnson, possuía grande habilidade para escrever letras, mais do que para cantar. Ele já tinha algumas letras publicadas numa coletânea de poesias da 'Babylon Books' chamada de 'Boys of The Empire'. Eu o encorajei a largar a banda e se dedicar inteiramente a ser o primeiro poeta inteiramente Oi!. Seu humor e seus versos amargamente anti-establishment deram mais crédito ao Oi!, assim como o grande número de bons fanzines que se multiplicavam em torno do movimento. Os melhores eram o Rising Free, Ready To Ruck (que virou New Mania) e o Phase One. Em junho, a segunda conferência Oi! foi feita em Conway Hall, no Red Lion Square, com o comparecimento de 57 grupos e mais representantes de bandas de todas as partes do país. Havia grande preocupação sobre a imagem violenta do movimento, o que todos concordavam ser uma injustiça. A sublime Beki Bondage da banda Oi!/punk Vice Squad, reclamava que o skinhead agressivo na capa do disco 'Strenght Thru Oi!' fez o movimento parecer muito skinhead. Todos concordaram. E mais uma vez os participantes votaram unanimemente em continuar apoiando as campanhas das classes trabalhadoras. Ron Rouman ficou encarregado de escrever para a campanha 'Right to Work' para a marcação de shows. Os assuntos principais daquele encontro foram a necessidade de unir os garotos da classe trabalhadora, e continuar unidos. A 'Punk Lives' chamou isso de 'a visão do futuro que o Oi! poderia ter tido.' Quando o 4-Skins, Last Resort e o The Business tocaram na Taverna Hamborough, em Southall seis dias depois, o conflito que ocorreu e o mar de histeria que se seguiu na imprensa, acabou com qualquer possibilidade, qualquer chance do Oi! ser encarado de forma justa. Quando a merda chegou às manchetes de jornal durante o verão de 1981, eu sinceramente acreditava que a verdade viria à tona. Que as difamações contra as bandas Oi! seriam postas de lado, da mesma forma que as inverdades ditas contra o Sex Pistols e o The Clash foram. A idéia geral de que as bandas foram para Middlesex para provocar distúrbios raciais era absurda. Nós falávamos em greves, não em marchas do National Front. Nenhuma banda Oi! ostentava suásticas, como o Sex Pistols haviam feito. Nenhuma banda Oi! cantou letras como: 'judeus demais para o meu gosto', coisa que o Siouxie & The Banshees fez. Nenhuma banda Oi! tirou seu nome de slogans da SS, como o Joy Division fez... Entretanto, o que contribuiu para o enfraquecimento do Oi! foi o grito de hostilidade à classe-média em geral e em particular à esquerda tendenciosa (ouça a música 'Suburban Rebel' de Garry Johnson/The Business). Então, além de ser o objeto do ódio da direita, o Oi! também alienava a ala esquerdista da mídia de classe-média, que apesar de não apoiar a reação das bandas punk, depois veio a defender o rap e o hip- hop, que eram de longe muito mais violentos e anti-semitas. Além de mim, não havia ninguém mais na mídia que fosse em defesa das bandas. Muito poucos jornalistas se aventuravam no East End para assistir os shows. (Na verdade, a idéia de que o NME era A publicação punk é um verdadeiro mito. Esta publicação detonou Anarchy In The Uk e a primeira crítica ao The Clash sugeriu que 'eles deveriam voltar para a garagem, preferencialmente com o motor do carro funcionando'. As bandas Oi! e seus fãs eram culpados do mais terrível de todos os crimes - ser branco e da classe trabalhadora. Ironicamente, Alan Rusbridger, agora editor do The Guardian, foi o único jornalista a dar chance às bandas de contarem sua versão da história. As evidências contra o Oi! pareciam fortes - os distúrbios em Southall e as suposições em torno do nome 'Strength Thru Oi!'. O show na Taverna Hamborough, em Southall, foi arranjado pelos fãs locais da banda 4-Skins, que estavam emputecidos de ter que ir até o East End para poder ver os shows. A imprensa criou cenas sinistras de skinheads invadindo, em vários ônibus, uma área predominantemente asiática. FATO: haviam apenas dois ônibus alugados pelo Last Resort, que costumavam fazer isso para levar seus fãs em todos os lugares onde a banda ia tocar. Manchetes de rádio e tv davam a impressão de os skinheads estarem travando uma batalha contra a juventude asiática e a polícia. FATO: o público Oi! estava todo dentro da taverna divertindo-se com o show quando o primeiro coquetel molotov dos asiáticos entrou pela janela. Os policiais estavam protegendo o público Oi!. A imprensa disse que a 'pacífica' comunidade asiática tinha 'espontaneamente' se levantado para expulsar os invasores de extrema-direita que estavam aterrorizando a cidade. FATO: Houve apenas um incidente envolvendo jovens skinheads de Mottingham, Kent. O incidente ocorreu numa loja de conveniências algumas horas antes, naquele dia. 'Eles provavelmente perguntaram para o cara quantas rúpias um pacote de salgadinhos custava', desdenhou Max Splodge depois do ocorrido. A grande quantidade de coquetéis molotov usados pelos asiáticos indicava que eles os estavam armazenando já por algum tempo. Os asiáticos estavam definitivamente na ofensiva. Garotos Oi! foram atacados por jovens asiáticos nos ônibus quando estavam indo para o show, e um microônibus contendo fãs do The Business e o poeta radical Garry Johnson, foi atacado por asiáticos brandindo espadas de forma ameaçadora (leia o livro 'The Story of Oi!' para mais detalhes). De fato, a aparente pacífica comunidade asiática teve distúrbios novamente naquela semana, porém desta vez sem 'forasteiros' para levarem a culpa. A idéia de que as bandas tinham ido a Southall para deliberadamente provocar um distúrbio racial como forma de arrecadar publicidade era simplesmente imbecil. Vai completamente contra tudo que eles estavam batalhando nos 8 meses anteriores. O empresário da banda 4-Skins, Garry Hitchcock disse 'Se nós realmente quiséssemos ir a Southall e arrebentar com tudo, nós teríamos levado uma galera'. "As pessoas perguntam por que as bandas Oi! foram tocar em Southall", comentava Hoxton Tom, "mas você tem que lembrar que naquela época qualquer show era bem- vindo. Ninguém sequer pensou que poderia haver problemas lá. O The Business tocou em Brixton antes. O Last Resort havia tocado em Peckham, nós tínhamos tocado em Hackney várias vezes. E estas são áreas com grandes populações negras, e mesmo assim estes shows eram sempre livres de qualquer problema. O Oi! tinha que sair do East End para ter alguma chance de crescer". Para a imprensa de massa, os eventos de 4 de julho eram como o maná dos céus: Delinqüentes, Imigrantes, Anarquia. Mas a galera Oi! estava relutante em brigar. Assim que a iminência da batalha se tornou real, as bandas tentaram negociar com os asiáticos através da polícia. Eles não quiseram conversa. "Nós não queríamos problemas", disse Tom, "mas era tudo que eles tinham em mente". Sob ataque, a galera Oi! não teve escolha senão brigar para poder sair do local. A Taverna Hamborough ficou reduzida a entulhos. E a distorção dos fatos por parte da imprensa teve início. De acordo com alguns artigos, folhetos com mensagens de ódio da extrema direita foram encontrados em vans na manhã seguinte - as mesmas vans que tinham sido incendiadas. Os folhetos eram feitos de que, asbestos? Repórteres de tv foram ao Bridge House e tentaram subornar as pessoas para que fizessem saudações nazistas para as câmeras. Um deles foi tirado para fora do pub na base de chutes por Si Spanner, que era judeu. Mas quem se importava com a verdade? Tropas invasoras skinheads davam manchetes apavorantes. A batalha em Southall poderia ter sido pior. Um grande número de fãs do Oi! foram interceptados pela polícia e mandados voltar, antes mesmo de chegar ao local do show. Incluindo o colega de trabalho hindu de Hoxton Tom (a imprensa nunca mencionou os poucos negros, asiáticos e gregos que estavam na taverna). Ironicamente, notícias no rádio sobre distúrbios raciais levaram bandos de ciclistas de West London a correr para o local a fim de apoiar seus velhos inimigos, os skins, contra os asiáticos. Os policiais os fizeram voltar também. Eu assumi a total responsabilidade pelo disco 'Strenght Thru Oi!'. Eu dei ao disco este nome. Mas não era intenção de fazer um trocadilho com o slogan nazi 'Strenght Thru Joy'. Vamos ser honestos, quem sabia disso? Quantas pessoas da minha idade eram familiarizadas com slogans do Terceiro Reich? A banda The Skids tinha lançado um ep chamado 'Strenght Thru Joy' anteriormente naquele ano, e foi nisso que eu baseei o trocadilho (ao ser perguntado mais tarde sobre o assunto, o vocalista do Skids, Richard Jobson - hoje em dia um corretíssimo crítico de cinema - disse que tirou a frase da autobiografia de Dick Bogarde). Ou era esse nome ou seria 'The Oi! of Sex' que eu desisti por ser muito frívolo. Bah! Partes selecionadas do encarte do disco foram usadas pelo Daily Mail para montar sua teoria da filosofia nazista do Oi!'. Naturalmente que isso significava que eles tiveram que omitir as favoráveis menções que eu fazia a atletas negros. O fato de que não existia uma só letra racista no disco não parecia importar. A música 'Blood on The Street', do Criminal Class apontava que tanto a juventude negra quanto a branca enfrentavam os mesmos problemas de opressão. O maior argumento que eles tinham era a foto do skin agressivo na capa do disco. Ele era Nick Crane (um nazi gay que morreu de AIDS mais tarde). Agora a verdade: o modelo original tinha sido o famoso torcedor do West Ham e então fisiculturista Carlton Leach. Carlton tinha aparecido para uma sessão de fotos que não deu certo no Bridge House. Ele não compareceu à segunda. Como o tempo para terminar o disco estava encurtando, eu sugeri usar uma foto de um cartão de natal skin que eu acreditava ser uma imagem de um filme de Wanderers. De fato, ela tinha sido tirada pelo fotógrafo skinhead Martin Dean. Foi apenas no último momento, quando a Decca tinha feito um modelo da capa, que a foto ficou suficientemente clara para revelar as tatuagens nazi de Nick. Nós tínhamos a opção de apagar as tatuagens ou atrasar o lançamento do disco em um mês enquanto bolávamos outra capa. O empresário David Long, do Splodge, disse: 'Ponham a culpa no impetuosismo juvenil, mas a decisão errada foi tomada. Foi um erro, mas foi um erro honesto. Não havia mais nada naquele disco ou no Oi! que pudesse ser considerado duvidoso'. Outro ponto crucial que os críticos deixaram passar é que não foi apenas eu que não percebeu que a foto era de Nicoli Crane. A extrema direita também não. O álbum já estava nas lojas por dois meses antes que o Daily Mail expusesse ele (e eu!). E ainda, não existia nenhuma referência sobre ele em publicações da direita. Era uma amarga ironia. Eu, naquele ponto da minha vida, um dedicado socialista (costumava ouvir: 'Bushell é comunista' cantado em coro para mim, nos shows), acusado de organizar um movimento de extrema direita por um jornal que antes tinha apoiado o nazista Mosley, a invasão da Abssínia por Mussolini, e se alinhado com a direita hitleriana no início da Segunda Guerra Mundial... Mas, olhando para trás, o que mais me deixou embaraçado foi o fato de Crane ser bicha. Southall provou ser o catalisador de diversos distúrbios anti-governo e não havia dúvidas sobre o posicionamento das bandas Oi! nesta questão, com os 4-Skins, Blitz e Violators celebrando o levante popular com músicas como 'One Law for Them', 'Nation on Fire' e 'Summer of '81'. Na Sounds e em seu livro 'The Story of Oi!', Garry Johnson conclamava a juventude negra e branca a se unirem para combater os conservadores. Eu e a Sounds entramos com processos por difamação contra o Daily Mail, enquanto as bandas Oi! agora se preparavam para lidar com um problema que nunca imaginaram antes - o Nazismo. Naturalmente que a extrema direita estava adorando tudo isso. Joseph Pearce, que era o organizador da YNF (Young National Front) apareceu na imprensa de repente falando que as bandas Oi! eram o braço musical do 'National Front'. Pearce jamais esteve em um show Oi!. Sem interesse jornalístico, eu entrevistei skinheads na loja Last Resort, no domingo depois de Southall. Um bom número deles disse ter alguma descendência de imigrantes, de irlandeses a paquistaneses, assim como judeus russos. Quando o jornal 'Socialist Worker' publicou uma reportagem baseada na matéria do Daily Mail, foi inundado com cartas dos skins socialistas e dos punks reclamando que isto tinha sido algo de muito mal gosto. Skins de Sheffield escreveram para a Sounds relatando que no mês anterior, mais de 500 skinheads negros e brancos haviam marchado juntos num protesto contra o desemprego e contra o assédio policial, ostentando cartazes que diziam 'Empregos, não cadeias'. O poeta skinhead do SWP, Seething Weels foi injustiçado pelo rótulo 'todos os skins são nazi', lembrando os milhares de skins que participaram em junho, do festival anti-nazi em Leeds. Era difícil ter a verdade na imprensa nacional. Um jornalista freelance chamado John Glatt, veio e conversou com os skins durante algum tempo e enviou uma reportagem bem simpática ao News of The World. Seu texto foi cortado e distorcido para fazer uma história de sensacionalismo barato e sujo. Mesmo se o Oi! tivesse sido apenas um fenômeno skinhead, seria desonestidade e jornalismo barato afirmar que algo além de uma pequena minoria dos skinheads nesta época eram simpatizantes do nazismo. As bandas Oi! perceberam que os fatos não eram o bastante para vencer a batalha contra a mídia. Eles tinham que provar sua inocência. Gary Hodges foi à tv dizer que os 4-Skins tocariam em um show anti-racismo desde que ele fosse organizado por um grupo independente. Porém a banda se separou antes de isto ocorrer, devido à tremenda pressão que estava sofrendo. o The Business se negou a tocar em shows do RAR, pela motivo do RAR ainda ser uma frente trotskista. Mas, ao invés disso, fizeram seu próprio festival, com o nome pouco usual de 'Oi! Against Racism and Political Extremism But Still Against the System'. A tour contou com Infa-Riot, Blitz e o The Partisans. O Infa-Riot tocou num festival RAR em Sheffield e o Blitz para a marcha do Direito ao Trabalho, em Blackburn. Depois de Southall, alguns de nós tivemos um encontro com o Red Action, um grupo especializado em brigas de rua, ligado ao SWP, para nos ajudarem a clarear as coisas relativas ao Oi!. Seu líder, Mick O'Farrel chegou a contribuir com um poema para o encarte do quarto álbum Oi!. Porém, essa foi uma união que durou pouco. Embora se auto-intitulassem socialistas, o Red Action era liderado por nacionalistas Irlandeses e nós divergíamos sobre assuntos como Ulster e as Ilhas Malvinas. No final de agosto de 1981, eu compilei a terceira coletânea Oi!, 'Carry on Oi!' lançada pela Secret Records em outubro de 1981. Afim de continuar ao lado das bandas, eu reformei minha antiga banda dos anos '70, The Gonads, para contribuir na coletânea. Nossa primeira edição vendeu 35.000 cópias. Na crítica da Melody Maker, eles acentuaram que as intenções do Oi! 'não era dividir, mas sim unir as classes trabalhadoras'. No mesmo mês, o Exploited arrebentou no Top 40 com a música 'Dead Cities', enquanto o The Business lançava o seu soberbo disco de estréia com as músicas 'Harry May' e 'National Insurance Blacklist'- um ataque à lista de empregados não sindicalizados na construção civil, usada contra os sindicatos. Paradoxalmente, o período de setembro de '81 até o final de '82 foi a época mais forte em lançamentos de discos Oi!, graças ao selo Secret e à série 'No Future', do selo Malvem, que lançou 22 singles de bandas como Blitz, the Partisans, Red Alert, Peter & The Test-Tube Babies, e a banda de Derbyshire, The Violators. A revista Punk Lives calculou que o Oi! vendeu mais de 2 milhões de cópias nos seus primeiros 4 anos (pelos idos de 2001, o total de vendas de discos de bandas Oi! e bandas influenciadas pelo gênero, passavam facilmente de 11 milhões de cópias). Reconhecendo seu significado, o dramaturgo de esquerda Trevor Griffiths escreveu uma peça chamada 'Oi! For England', a qual foi televisionada pela ITV em abril de 1982. Ela também excursionou pelo país. A peça era muito mais que uma pequena fantasia. Ela mostrava quatro skins desempregados, em uma banda que deveria tocar num show nazi. E girava em torno dos argumentos sobre o show e os distúrbios no lado de fora. O que Griffiths queria dizer no entanto, era que em qualquer banda skin você teria um suscetível às idéias de raça e nação, outro ligado às lutas de classe e dois que não davam a mínima para a política. Infelizmente, as ótimas vendagens alcançadas pelas bandas não se refletiam nas ruas. Os 4-Skins se separaram, depois retornaram com o baterista Jacobs na guitarra, o novato Pete Abbott na bateria, Hoxton Tom ainda no baixo e o roadie Phanter (Tony Cummings) no vocal. Roi, do Last Resort, também cantou na banda um tempo depois. Mas nessa época o único membro original era Tom, e as vendas caíram drasticamente. Eles acabaram de vez em 1984. Os Rejects foram postos de lado pela EMI em '81, trocaram o Oi pelo Heavy Metal, e ficaram mais de uma década sem tocar. Os Upstarts continuaram na batalha, tocando no circuito punk dos EUA em '82, mas eles estavam decaindo musicalmente. Sob pressão da EMI, os Upstarts lançaram um disco pop vagabundo, cheio de sintetizadores, chamado 'Still From the Heart' que vendeu miseravelmente. (O Infa-Riot tentou a mesma amaldiçoada mudança de estilo, lançando um disco de rock inacreditavelmente ordinário em 1983. No ano seguinte a banda finalmente se separaria. Os Upstarts foram objeto de um documentário do 'Channel 4' em 1984, mas seu sucesso nas paradas tinha ficado para trás. O Last Resort nem sequer chegou ao estágio do sucesso. A ligação à loja de Micky French não lhes permitia uma vida de independência. O que ele queria era uma banda de estimação, um anúncio musical para suas camisetas. Antes de Southall, ele se opôs à banda excursionar pelos EUA. Ele queria que a cena continuasse no nível dos shows em lugares pequenos. Os cínicos diziam que ele não queria competição comercial para o 'seu' negócio de roupas skinhead. Foi o Last Resort quem mais sofreu quando seus fãs destruíram um pub em King's Lynn chamado Stanley Arms. O mesmo bando parecia estar envolvido em uma briga televisionada pela BBC com os skins locais no Benny's Club, em Harlow. Os dois acidentes aconteceram em janeiro de '82, justamente quando todo mundo estava tentando provar que o Oi! significava mais do que brigas. O Last Resort se separou de French no final de '82 para reaparecer como The Warriors, mas nesta época eles já não estavam suficientemente motivados para reconstruir seu potencial. O Exploited enquanto isso abandonou seu visual skin e adotou uma imagem de moicano mutante, e se tornaram os queridinhos do revival punk da época. O vocalista Wattie acabou com as chances de outras bandas em dois terços da Europa ocidental com sua mania de destruir camarins. Depois de perder o habilidoso guitarrista Big John (para o Nirvana!), a banda toca até hoje. Em '82, o Blitz e o The Business tinham claramente emergido como a vanguarda que o Oi! desesperadamente necessitava. O Blitz se especializou no Oi! agressivo, hinos puramente juvenis como 'Fight to Live', 'Razors In the Night' e a assombrosa 'Warriors'. Seu Lp de estréia, 'Voice of a Generation', chegou aos Top 30 e foi o disco Oi! de '82, mas ao vivo eles não eram assim tão bons. Um show desastroso no 'Hammersmith Clarendon' no final de '82 foi o começo do fim. Em '83 o Blitz se separou em dois, seu antigo engenheiro de som, Tim Harris, assumiu o lugar do popular Mackie no baixo (Mackie depois formaria a efêmera banda 'Rose of Victory', com o guitarrista do Blitz, Nidge Miller) e levou a banda para sons mais da moda, recheados de sintetizadores e sem apelo público. Eles não chegariam até '84. O The Business se separou e ficou mais punk. O guitarrista Steve Whale (ex-Gonads) contribui grandemente para o som mais pesado da banda. Eles eram caçados interna e externamente por políticos. Para acompanhar a música 'Blacklist', o empresário da banda, Ron Rouman e o Comitê Organizador Oi! (um grupo improvisado depois dos acontecimentos em Southall) encontraram-se com Brian Higgins - membro da lista a qual a música se refere - e a outros militantes sindicais para organizar um grande show em benefício dos sindicatos. Mas a banda pulou fora e demitiu Rouman. Sem o conhecimento e os contatos de Rouman, a banda se despedaçou. Eles se reuniram em '84 e foram espertos o bastante para perceber que uma banda tem que excursionar para sobreviver (ironicamente eles assinaram com a Link Records, de Rouman e Mark Brennan).Eles continuam tocando desde então, especialmente nos EUA, onde inspiraram uma nova onda Oi!. Na Inglaterra, o Oi! como era no início, morreu no final de '82. Ele jamais teria espaço para crescer, e sua vanguarda caiu pelas tabelas vergonhosamente. Parafraseando Mao, ele era como o fluxo de um rio, enquanto está em movimento, mantém-se saudável, mas quando é bloqueado e estagna, toda a sujeira vem para a superfície. O fluxo do Oi! estava definitivamente bloqueado. E a baixa qualidade das bandas apresentadas no quarto Lp Oi! 'Oi!Oi! That's Yer Lot' (produzido por Mickey Geggus e lançado pela Secret em '82) confirmou isto. As bandas não eram originais, além de serem fracas e limitadas. E quando as grandes bandas influenciadas pelo Oi! entraram no ano de '83, todas pararam nos primeiros obstáculos. O Croydon's Case era explosivo, liderados pelo pelo excepcionalmente expressivo Matthew Newman. A banda atraiu a atenção dos mais variados lugares (incluindo o Daily Mirror e a Radio One), mas se desfez quando Matthew decidiu trocar o palco pela felicidade doméstica com a co-vocalista do Splodge, Christine Miller. Similarmente, o Taboo surgiu das cinzas do Violators, mas a banda se separou quando a maravilhosa vocalista Helen decidiu engravidar. Por fim, havia o The Blood, uma das melhores bandas Oi!, surgida em Blighty. O Lp de estréia do The Blood 'False Gestures for a Devious Public' era uma revigorante mistura de influências como Stranglers, Motorhead e Alice Cooper. Alcançaram o Top 30 com este disco, que foi votado como um dos melhores do ano, pela Sounds. No palco eles eram incríveis e acima da média na mesma medida. Eles enchiam bonecas infláveis com vísceras e as cortavam com moto-serras. E suas letras estavam um degrau acima do comum, com versos como 'O papa disse para o ateu: "Em nome de Deus, eu juro, você está procurando cegamente no escuro por algo que não está lá." 'O ateu disse para o papa: "Não tenha dúvida, você também estava procurando por nada no escuro, só que você encontrou".' Mas eles eram um bando de bastardos preguiçosos que nunca queriam excursionar, e o tempo em que se podia fraudar o caminho até a parada de sucessos tinha ficado para trás. O Cock Sparrer se reuniu em '83 e gravou o disco que eles nunca poderiam ter deixado de gravar: 'Shock Troops' (Carrere), mas eles jamais alcançaram as paradas britânicas novamente. A modéstia proíbe qualquer menção ao The Gonads, considerado por muitos, a melhor banda Oi! de todas. No final de '83, a Syndicate Records lançou uma nova série dos álbuns Oi!, mas que não tiveram o mesmo sucesso dos originais - 'Son of Oi!' estava alcançando a marca de 10.000 cópias quando a Syndicate quebrou, em dezembro de '84. Esta falência era o retrato do encolhimento do mercado Oi! inglês. As duas melhores novas bandas eram o Burial e o Prole (esta última uma criação de estúdio, montada por mim e Steve Kent). O Burial citava o Oi! e o 2-Tone como influências e misturavam ska e skinhead punk nas suas músicas. A única banda Oi! a ter algum sucesso eram os Toy Dolls que conseguiram um Top 10 com uma versão de 'Nellie The Elephant' no natal de 1984. Como o punk britânico se degenerou depois da sua explosão em '81, a cena skinhead se tornou um campo de batalha político e ficou sem graça. A nata da geração de '81 tornou-se gente normal, acomodada. Alguns viraram rockabilly. Enquanto isso, garotos Nazi que nunca fizeram parte do Oi! começaram a aparecer nos shows, obviamente atraídos pelas "reportagens" da mídia. Quando eles viram que a realidade era diferente, ficaram agressivos: Garry Johnson foi espancado por Skins nazi em Peckham. Eu fui atacado por um bando de 15 Nazis (não eram skins) em um show dos Upstarts no '100 Club'. Si Spanner levou uma facada do mesmo nazi que tinha tentado esfaquear Buster Bloodvessel. 'Attila, The Stockbrocker' o poeta/idiota da esquerda Oi! foi espancado no palco, em North London. O Infa-Riot foi atacado por nazis no 100 Club. Imagine como era. No East London, a história era diferente - o 'British Movement' tinha sido tirado de circulação pela Inter City Firm (facção hooligan da torcida do West Ham). No início de '82, Skully e outros membros Oi! tinham organizado uma marcha em protesto contra a prisão do companheiro deles, Cass Pennant, membro da ICF. O 'British Movement' começou a ameaçar as pessoas envolvidas, pressionando-os a cancelar aquela 'passeata por um negro'. Na segunda-feira posterior, a ICF estava planejando atacar a torcida do Tottenham (já que o West Ham jogaria contra o Spurs naquela noite). Em vez disso, eles entraram em confronto e detonaram os nazis de East London que estavam bebendo no Boleyn Arms (07). Os Nazis nunca mais apareceriam pelas bandas do West Ham novamente, mas permaneceram um grande problema em outros lugares. Quando não podiam mais encontrar bandas Oi! para colar suas idéias de raça superior, os neonazistas criaram suas próprias bandas nacionalistas em torno da bandeira do 'Sangue & Honra'. o Screwdriver, a veterana banda punk, que apareceu pela primeira vez em '76, voltava como skinhead e era a base do punk-ódio. Opondo-se a eles, havia várias bandas e pessoas igualmente extremistas, como os trotskistas The Red Skins, The Newtown Neurotics, Attila e Seething Wells. Silenciosamente, e longe de todas as polemicas, uma pequena e melhor vestida cena skinhead alternativa estava se desenvolvendo. O fanzine 'Hard as Nails' refletia essa tendência crescente. Era editado por dois jovens de Canvey, Essex. Ambos eram membros do partido trabalhista. Mas eles insistiam que a revista era sobre estilo, não política. Eles tiveram alguma ligação com a novíssima cena que florescia naquela época, com milhares assinando a maravilhosa revista de George Marshall, a Pulped. Sem falar no lançamento de cds dos clássicos do Oi! pelo selo de Mark Brennan, o esplêndido Captain Oi!, o líder mundial em relançamentos. No meu ponto de vista, a cena Oi! Britânica ficou parada até que a Link Records apareceu em 1986, e deu apoio a bandas como 'Section 5' e 'Vicious Rummors'. Mas a Link não poderia reverter o declínio. Na Inglaterra, o Oi! enfraqueceu e virou uma porcaria em menos de um ano. Mas a chama que nós acendemos continuou detonando cenas explosivas em torno do planeta. Nos últimos 2 anos o Oi! tem crescido na Malásia (onde eles nervosamente insistem que o Oi! não é apenas sobre a união dos negros e brancos, mas sim de negros, brancos, amarelos e pardos). Existe inclusive uma cena Oi! underground na China comunista. O Oi! foi desaparecendo na maioria dos países europeus na metade dos anos oitenta. Mas os americanos continuaram fazendo seu som. O Oi! sempre foi visto como o que era nos EUA: uma linha distinta do street-punk. Foram bandas hardcore como o Agnostic Front quem primeiro convidaram o The Business para tocar lá. As primeiras bandas Oi! americanas formaram-se em '81. A chama continuou mantida acesa no decorrer da década por grandes bandas como Warzone e o The Press, a banda socialista nova iorquina cujo hino 'Revolution Now' era diretamente inspirado nos The Gonads. Mas o sucesso do Oi! nos EUA se deu nos anos 90, com bandas como Dropckick Murphys, The Bruisers, The Anti-Heroes e o The Reducers. Uma das melhores bandas com influência Oi! era o Operation Ivy, cujas apresentações ska/punk eram pontuadas com coros 'oi-oi' (o que se tornou uma tradição no ska-punk). O Operation Ivy se tornou o Rancid, uma das mais quentes bandas dos anos 90. Outra grande banda punk americana, o NoFX tocava músicas Oi! e era claramente influenciada pelo Blitz e pelo The Partisans.

(07) Pub na esquina do estádio do West Ham. Freqüentado pela torcida. (N.T.) Incidentalmente, a maior turnê mundial contra o racismo aconteceu recentemente nos EUA, e contou com bandas como Less Than Jake e The Toasters, e foi apoiada pelo selo Moon Ska, que é agora dirigido pelo leal e corpulento Oi! Lol Pryor. Em abril de 2001 eu entrei na mega-store da Virgin no Caesar's Palace, Las Vegas, e tive o prazer de encontrar um cd do Business junto com o Dropkick Murphys, não apenas na prateleira, mas tocando no sistema de som da loja. No andar de cima, na livraria, a última edição da Spin tinha reunido os 50 mais importantes e influentes discos punk de todos os tempos. 'Oi - The Album' o disco que eu compilei para a EMI 21 anos antes estava lá. E sem nenhuma palavra sobre a loucura nazi... ao contrário da Inglaterra, onde jornalistas aparentemente profissionais como John Sweeney do The Observer livremente desenterrou as velhas mentiras sem sequer checar os fatos. Posers que trabalham na Kerrang (08) e na Metal Hammer (09) ainda se negam a escrever sobre o The Business, embora escrevam alegremente sobre bandas que citam o melhor de South London como suas inspirações. E no ano passado, a fabricante de discos Disctronics negou-se a reeditar conhecidos cds 'nazi' como o 'Oi Oi Music' do Oppressed (a principal banda anti-fascismo do planeta) e '100% British Ska'. É, nós ainda damos o que falar. Será o Oi! algum dia reconhecido? Eu duvido. Mas eu sei de uma coisa: o movimento que a NME uma vez disse que eu inventei, ainda continua forte, enquanto entra na sua terceira década. E a mensagem continua a mesma de sempre. A auto-definição do Oi! de 'dê umas risadas e diga alguma coisa' está corretíssima. As risadas valeram a pena, assim como as canecas de cerveja e as pílulas e o pogo nos shows, os quebra-quebras nos jogos de futebol e a alegria rebelde nos shows. O Oi! reflete tudo isso, mas também fala contra as injustiças sofridas pela juventude da classe trabalhadora. Neste sentido, o Oi! era a verdadeira voz das ruas, um mega fone para os garotos sem futuro. Ele foi além do protesto e sonhou com uma vida melhor: mudança social; a juventude unida. © Garry Bushell; 13th May, 2001 (08) e (09) Revistas especializadas em música. (N.T.) A version of this piece appears in George’s Marshall book A Nation On Fire. Essential discography, the classics, 1977 - 1983: Cockney Rejects: Police Car, Bad Man, The Power & The Glory, Subculture, Oi Oi Oi, Ready To Ruck, Fighting In The Streets, War On The Terraces, Join The Rejects (Get Yourself Killed) Cock Sparrer: Running Riot, England Belongs To Me, Take 'Em All, Chip On My Shoulder, Argy Bargy, Sunday Stripper, We're Coming Back, Watch Your Back, Taken For A Ride. Angelic Upstarts: The Murder Of Liddle Towers, Last Night Another Soldier, I'm An Upstart, Teenage Warning, Police Oppression, Never 'Ad Nothing, Shotgun Solution, England, Guns For The Afghan Rebels. The 4-Skins: Chaos, Sorry, Wonderful World, 1984, One Law For Them, Evil, ACAB, Brave New World. The Last Resort: Working Class Kids, King Of The Jungle, Violence In Our Minds. The Blood: Megalomania, Stark Raving Normal, Gestapo Khazi, Such Fun, Mesrine, Se Parrare Nex. The Gonads: I Lost My Love (To A UK Sub), SE7 Dole Day, Jobs Not Jails, Tucker's Ruckers Ain't No Suckers, Eat The Rich, The Joys Of Oi, Got Any Wrigleys, John? The Business: Harry May, Suburban Rebels, Product, National Insurance Blacklist, Smash The Discos. Blitz: Razors In The Night, Someone's Gonna Die, 45 Revolutions, Warriors, 4Q, Youth, Never Surrender. Splodgenessabounds: Two Pints Of Lager & A Packet Of Crisps Please, We're Pathetique, The Butterfly Song, Two Little Boys, Delirious. Vice Squad: Stand Strong, Stand Proud. Infa-Riot: Each Dawn I Die. Peter & The Test-Tube Babies: Maniac, Transvestite. The Partisans: Blind Ambition, No U-Turns. Case: Smiling My Life Away, Oh! Prole: Chasing Rainbows, Never Say Die. Garry Johnson: Dead End Yobs. The Strike: Gang Warfare, Skinhead. The Exploited: Army Life, Class War. The Toy-Dolls: Deirdre's A Slag, Frankie & The Flames: On Yer Bike! Albums: Various Artists: Oi The Album, Strength Thru Oi, Carry On Oi. Cockney Rejects: Greatest Hits Volume One. Blitz: Voice Of A Generation. The Business: Suburban Rebels. The Gonads: Old Boots, No Panties. Menace: GLC RIP - the Best of. Angelic Upstarts: Two Million Voices. The Blood: False Gestures For A Devious Public. Modern Oi classics, recommended: Dropkick Murphys: Barroom Hero, Discipline: Everywhere We Go, Resistance 77: Run Run Run, The Gonads: Unky Bunk, Lars Frederiksen & The Bastards: Skunx, Dropkick Murphys: Your Spirit Survives, Cockney Rejects: Fists Of Fury, Splodgenessabounds: Parallel Lines, Beerzone: Strangle All The Boy Bands, Millwall Roi & The Last Resort: We're Gonna Get You; Combat 84: It's Kickin' Off, Dropkick Murphys: Boys On The Docks, Maninblack: New York New York USA Albums: Various Artists: The Worldwide Tribute To The Real Oi; Various Artists: Addicted To Oi; Various Artists: Give 'Em The Boot 1 - IV; Deadline: Getting Serious. Pre-Oi street punk classics. Sham 69: Song Of The Streets, Hey Little Rich Boy, Rip-Off, Borstal Breakout, Red London, I Don't Wanna, Tell Us The Truth, Ulster Boy. Menace: GLC, Last Year's Youth, Screwed Up, I'm Civilised, Carry No Banners. Slaughter & The Dogs: Where Have All The Boot Boys Gone? UK Subs: Stranglehold. The Ruts: Babylon's Burning, Staring At The Rude Boys. The Lurkers: Total War. The Skids: Into The Valley.

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The Dickies

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The Dickies, um dos principais nomes do cenário punk de Los Angeles. O grupo formado por Leonard Graves Phillips (vocal), Stan Lee (guitarra), Little Dave Teague (guitarra), Greg 'Plushie' Hanna (baixo) e Travis Johnson (bateria) tem passagem marcada para desembarcar na América do Sul entre os dias 17 e 22 de maio.
Atualmente, The Dickies se tornou a banda punk mais antiga a gravar um novo material. Com a sonoridade basicamente da essência dos Ramones com o hardcore de LA, o quinteto inspirado principalmente por filmes trash, traz muita irreverência, mas sem se esquecer da tradicional atitude do movimento.
Inspirados pela primeira onda do punk que saiu de Nova York e Londres, a The Dickies foi formada em 1977, na região do Vale de San Fernando de Los Angeles. Enquanto a banda ficou mais velha, sua música abrandou, mas seu som e seu senso de humor permaneceu praticamente o mesmo, e eles são influência declarada na nova escola punk como Green Day e Offspring.
Com a força de sua fita demo, a The Dickies se tornou a primeira banda punk de Los Angeles a assinar contrato com uma grande gravadora, a A & M, em 1978. Naquele ano, eles lançaram seu primeiro single, que contou com um cover bem rápido de "Paranoid", do Black Sabbath, e os originais " Hideous" e "You Drive Me Ape (You Big Gorilla)", este último reinou como uma de suas principais canção, durante muitos anos. Posteriormente, assinaram com a Fat Mike's Fat Wreck Chords, gravadora indie punk, estreando com o single "My Pop Cop". O full-length All This and Puppet Stew veio em 2001.

garotos podres em outras épocas

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MAIOR FESTIVAL UNDERGROUND DO VERÃO

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natalemmys - 2009

NATALEMMYS.2009 * 19/12
15hs local: hangar bar. dr muricy 1091

atrações:

1.TINTO SECO
2.BETRAYED
3.HESTERCO
4.ALCOOLICA
5.INSANIDADE LOCAL
6.ABSOLUT
7.COLATERALL


ingressos somente no local ou com as bandas.
realização: BASECWB

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dr. muricy 1091 ctba/pr

bandas:

SHESOLDHERSOUL
SOBREVIVENTE´S D ABORTO
BISK8 (SP)
DUSTY
LAVINIA
BELVEDER

ingressos antecipados R$ 7,00
na compra antecipada de 1 ingresso masc. nas lojas vc ganha 1 feminino.
pontos de venda: dr. rock / lets rockna hora: R$ 10,00


realização: basecwb

LOCO LIVE 29/08 - 15HS

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INOCENTES * SOM E FÚRIA

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JAVALIS DO PÂNTANO 09/10 NO TUC

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